Entre abelhas

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Ao que tudo indica, Fábio Porchat quer ser encarado como um ator sério, apesar de declarar não se interessar pela seriedade do trabalho artístico. Em Entre Abelhas, filme que está em cartaz em mais de 350 salas de cinema no Brasil, o ator carioca mostra que é possível apresentar ao público sua faceta dramática, mesmo que a produção não seja necessariamente um drama.
Este é o primeiro registro cinematográfico de Ian SBF, diretor das esquetes do Porta dos Fundos - grupo que alcançou enorme repercussão na internet pelos vídeos de humor e do qual Fábio Porchat faz parte. Segundo ele, o roteiro do filme foi escrito há quase 10 anos e adaptado por Porchat.  A montagem também traz a participação de outros integrantes do Porta dos Fundos, como os atores Marcos Veras, Luís Lobianco e Letícia Lima – que recentemente anunciou sua saída do grupo. Há de se destacar a atuação da atriz Irene Ravache, interpretando a mãe do personagem de Porchat.
No filme, Bruno (Porchat) é um jovem de aproximadamente 30 anos. Trabalhando como editor de vídeos, ele vive um inferno astral após a separação da mulher, Regina (Giovanna Lancellotti), por quem é ainda apaixonado. Entre uma cena e outra, ele tenta se recuperar do fim do casamento com a ajuda do melhor amigo Davi, interpretado por Marcos Veras.
Após uma noite na balada, onde comemora com amigos e uma prostituta sua despedida de casado, Bruno começa a esbarrar no ar e ver objetos caminhando sozinhos. Aos poucos, ele passa a sentir falta de algumas pessoas. É gente que some das fotografias, motorista de táxi que desaparece do nada e etc. Assustado com a situação, ele conta o problema a sua mãe (Ravache), que em um tom bem humorado procura respostas inusitadas para a cegueira do filho.
Relações –
Em Entre Abelhas, tanto Ian quanto Porchat tentam por em debate questões existenciais e as relações com o próximo, já que com o advento da internet, tablets, celulares e smartphones as pessoas passaram a não dar valor para quem está ao lado. Em um dado momento, Bruno começa a freqüentar sessões com um psiquiatra (Marcelo Valle) e é questionado pelo médico se seu problema é o sumiço das pessoas ou se ele realmente não faz questão de enxergá-las.
Preocupado em explanar esses conflitos interpessoais, em que o ser humano não se importa com o que acontece com o próximo, o filme explora numa espécie de tragicomédia toda a desesperança e solidão do personagem Bruno. Ambientado no Rio de Janeiro, a montagem não destaca nenhum cartão postal da capital carioca. Os takes da orla de Copacabana, Cristo Redentor ou Pão de Açúcar foram substituídos por locações acinzentadas, recurso idealizado pelo diretor de fotografia Alexandre Ramos, que permite ao público transportar a trama para qualquer cidade.

O personagem de Marcos Veras é irrelevante. A linha “machão malandro” e egoísta é o mesmo do mesmo e em algumas cenas chega a causar certo desconforto no expectador. Ravache, na contramão, mostra que é boa em qualquer papel. Porchat, que quase não esboça um sorriso e não conta nenhuma piada, apostou em um novo horizonte e ao que tudo indica é por lá que pretende conquistar ainda mais espaço. 

Retirado do blog Manuscrito

Italo Stauffenberg

Estudante de Jornalismo

Seis estudantes de Jornalismo compartilham informações sobre cinema, moda, saúde, beleza, comportamento, lazer, teatro, baladas, música, esportes e polêmicas. Todo o conteúdo publicado no blog O Mistério das Raposas é de autoria dos [futuros] jornalistas Arlan Azevedo, Eula Paula Belfort, Ingrid Cutrim, Italo Stauffenberg, Marcele Costa e Papito Lucas. Agradecemos a sua visita. Curta, comente e compartilhe. Volte sempre!

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