O ano de
2015 está bem favorável para o retorno de grandes clássicos do cinema. Isso é o
que podemos dizer de “Mad Max: Estrada da Fúria” e “Jurassic World”, que arrebataram
bilheterias gigantescas e o saudosismo de críticos e fãs. Nessa mesma linha de
reencontro com o passado, “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, quinto filme da
franquia, marca o retorno de Arnold Schwarzenegger como o cyborg T-800, que volta
do futuro para proteger Sarah Connor, dessa vez interpretada pela grande
revelação de Hollywood, Emilia Clarke.
Dirigido
por Alan Taylor, “O Exterminador do Futuro: Gênesis” inicia sua saga no ano de
2029 em um mundo desolado onde humanos lutam constantemente contra as máquinas.
Ao saber que a Skynet enviou um exterminador para o passado, John Connor (Jason
Clarke), líder da resistência humana, envia o sargento Kyle Reese (Jai
Courtney) de volta a 1984 para proteger sua mãe, Sarah Connor. Desta forma, seu
nascimento será garantido e os planos da Skynet frustrados.
Ao chegar
em Los Angeles, Reese é surpreendido pelo cyborg T-1000 (Byung-Hun Lee), um
exterminador capaz de se transmutar e que foi o antagonista de “O Exterminador
do Futuro 2: O Julgamento Final”. Do outro lado, o cyborg T-800
(Schwarzenegger) sai em busca de Sarah para eliminá-la, mas é surpreendido por
outro T-800 que já vivia naquele tempo e tinha como missão protegê-la.
Só que o
ano de 1984 não é mais o mesmo do primeiro filme. Uma pessoa desconhecida enviou
T-800 anos antes para proteger a vida de Sarah e ele a cria como se fosse sua
própria filha. “Velho, mas não obsoleto”, como o próprio exterminador gosta de
frisar, T-800 está mais humanizado e tenta fazer piadas mesmo que elas não
sejam muito bem colocadas.
Ao se
deparar com a nova realidade, Reese, que antes tinha a missão de guarda a vida
de Sarah, percebe que é ele o protegido da nova heroína e do exterminador.
Assim, os três saem em busca de uma forma de destruir a Skynet antes que ela
seja criada. Para Sarah, a solução seria transportar-se para 1997.
Reese adverte
que devem ir para o ano de 2017, pois ao sair do futuro ele adquiriu, na
passagem de tempo, memórias que nunca tinha vivido, mas que de alguma forma
sabia que eram suas. A Skynet agora se chama Gênesis, um aplicativo para
dispositivos móveis que tem como missão destruir os seres humanos.
Spoiler –
Sem dúvida
alguma, o maior spoiler de “O Exterminador do Futuro: Gênesis” é o próprio
trailer. Ele, por si só, já conta todo o filme e as principais reviravoltas da
trama. Em entrevista ao Uproxx, o diretor Alan Taylor confirmou que o marketing
entregou demais e estragou uma das maiores surpresas da história.
Ainda segundo
o diretor, a Paramount Pictures estava tão preocupada com que as pessoas
pensassem que o filme fosse um reinício dos dois primeiros filmes da franquia
dirigidos por James Cameron que o trailer acabou mostrando cenas demais para
que o público desassociasse a ideia de reboot.
Apesar
disso, o filme apresenta bem o que as grandes produções de Hollywood estão
fazendo no momento: montagens com cenas de ação improváveis e efeitos especiais
primorosos.
Atuações –
Depois do
fracasso de “O Exterminador do Futuro 4: Salvação”, que não contou com a
principal estrela do filme, Arnold Schwarzenegger retorna a franquia que o
consagrou em um tom bem divertido. Seu T-800 é tem mais falas que os outros já feitos
por ele com uma ressalva: ele está mais humano. Apesar de seu sistema
operacional não admitir, o cyborg assume relações afetivas com sua protegida
que o chama carinhosamente de “papi”.
Emília
Clarke, estrela ascendente de Hollywood, também faz uma Sarah convincente.
Desvinculando qualquer semelhança com Linda Hamilton, que interpretou a
personagem nos filmes de Cameron, a Sarah de Clarke é morena, mas reúne as
principais características da sua antecessora. Ela é, ao mesmo tempo, insegura
e guerreira.
Jai
Courtney é o que mais destoa em toda a produção. O personagem perdeu qualquer
semelhança com o Resse interpretado por Michael Biehn. É como se o personagem
sequer tivesse existido na trama de tão distante que se tornou. Em
contrapartida, Jason Clarke faz o melhor John Connor de todos os filmes da
franquia. Perspicaz e obsessivo, Clarke permite com que os fãs sintam amor e
ódio pelo personagem na mesma medida.
Desta
forma, o “O Exterminador do Futuro: Gênesis” faz um saudoso retorno aos dois
primeiros filmes da franquia. Várias cenas, como o diálogo com os punks, a
perseguição na loja de roupas e a propaganda do tênis da Nike, além dos próprios
efeitos especiais são muito semelhantes aos filmes dirigidos por James Cameron.
Saiba mais –
“O
Exterminador do Futuro: Gênesis” inaugura uma nova trilogia da franquia.
Schwarzenegger confirmou que retornará para as gravações do sexto filme da
série, que tem previsão para estreia nos cinemas em 19 de maio de 2017. O fim
da nova trilogia chega aos cinemas em 29 de junho de 2018.
Inicialmente,
os direitos da franquia “O Exterminador do Futuro” pertenciam ao diretor James
Cameron. Ele foi casado com a atriz Linda Hamilton, que protagonizou os dois
primeiros filmes, mas após o divórcio, Cameron negociou os direitos da franquia
com a ex-esposa.
Ao se
separaram, Hamilton vendeu os direitos da franquia para a Carolco Pictures, e
os direitos passaram de empresa a empresa até acabar nas mãos da Skydance
Productions e Annapurna Pictures, produtoras da nova trilogia. Cameron não recebe um centavo de lucro
com os filmes até que os direitos voltem para sua propriedade, em 2019 –
vinte anos após sua venda.